quarta-feira, 25 de agosto de 2010


Oh Capitão! Meu Capitão!





Oh capitão! Meu capitão! nossa viagem medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas, o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme, o barco raivoso e audaz:


Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu capitão,
Caído, frio, morto.


Oh capitão! Meu capitão! erga-se e ouça os sinos;
Levante-se - por você a bandeira dança - por você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas - por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão de faces ansiosas:


Aqui capitão! pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.


Meu capitão não responde, seus lábios estão pálidos e silenciosos
Meu pai não sente meu braço, ele não tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco retorna com o almejado prêmio:


Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu capitão,
caído, frio, morto.

Um poema de Walt Whitman (1819-1892)-NO PALCO -

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