sábado, 11 de dezembro de 2010

REQIUEM PARA UMA FLOR

Quando tempo ceifar a beleza da rosa,

Serão notáveis talo e espinhos,

Pois, se outrora flor pomposa,

Já, decrépita, seco galho em escarninho.

Das belas pétalas sedosas cor do reflexo

Apenas folhagem seca a flutuar ao vento.

Seu perfume simples e tão desconexo

Transmuta-se em vapor e de vapor a advento.

Rosa rósea, perdida no espelho.

Vida curta, sem rosa sobre o azul.

Rósea, morta, apodrecida num canteiro,

Sempre flor no entanto, até na pomba morta de Istambul.

Foi-se aconchegado nos braços do tempo o apogeu da formosura.

Dúbio o tirano abandona a lembrança do que na beleza foi contido,

Voltará deveras e levará a recordação para a clausura.

Restará então, o espaço a roseira e a eterna falta de sentido.



-NO PALCO-

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